" Sente o sangue pulsar, sabendo que está vivo. Enquanto vivo ficar, pensando estará"

sábado, 15 de outubro de 2011

Alma Santa

Livre e passageiro, teu semblante tão sereno é digno de todo o meu afeto. Sim, toda a minha sinceridade é meramente um espelho complexo baseado nas suas rachaduras, nas suas fissuras, e na vontade viva de trazer você de volta à sua essência real ao meu lado, desprovida de mutações. Puro anseio de trazer-te para cá, onde podemos ser límpidos como a fúria torrencial das chuvas súbitas, como o brilho resplandecente de um sol carente, carente de nós, carente de ti, que se leva ao mundo para arrematar suas cicatrizes, tão viva. A poesia não precisa do lirismo dispensável ao seu lado, pois é você a métrica mais bela que o reino das palavras jamais poderia produzir. Os seus olhos diferenciados penetram na vida, penetram na alma, e pescam, como varas, sentimentos já extintos nos quais podemos desenhar nuvens e flutuar para o nosso universo perfeito, no qual morremos em flocos de neve, amontoados numa grande espiral colorida em um buraco negro. É essa tua felicidade psicodélica, que sobe e desce como as ondas sob as rochas mais geladas de baixo das Auroras, que me lembra de como vale a pena voar a vida com asas próprias.

E vamos dar as mãos, e voar para o infinito, voar para a eternidade.
Mens Sana in Corpore Sano.

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