" Sente o sangue pulsar, sabendo que está vivo. Enquanto vivo ficar, pensando estará"

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Queima e respira

Conta até dez, respira. Conta até cinco e para, agora segue em frente. Como quem não conhece a tensão do próprio poder, prossegue com a ambição de dominar seu próprio ego. Ego esse que infla até alcançar dimensões astronômicas, lunares, solares, estelares, infinitas... E infla por que dão corda, por que assopram. Se não bastasse continuar no caminho da falsa solidão com uma conduta degradada, o correto seria o fim abrupto através do suicídio. Mas não, esse vazio basta. E conduz, na verdade. Conduz a vida até o futuro, e do futuro a leva pro desconhecido, que a leva pro sofrimento, que a joga novamente no vazio. Os olhos dela sangram, penetram na sua mente como sondas, feitas especificamente para fatiar as suas experiências e lê-las como dicionários. As mãos dela lhe tocam, e derretem a sua pele num arrepio asqueroso, que se estende por todo o seu corpo. Seus dedos dão choque. O seu ar, quando toca na pele, congela uma vontade e queima um sentimento que se torna insustentável por si só. Ela é tão carnal, ela é tão sentimental. Beija de vagar, envolve lentamente. O abraço é apertado e intenso. É tudo muito novo, tudo tão repentino...
Acorda, menino. Pensa, pensa e pensa. Pensa com a cabeça. A solidão não deixa louco, mas faz com que pense que esteja. E ela, essa moça sedutora, que deita e se acalma nos teus braços, reflete a dor e a emoção do que é viver a vida em vão. Pensa, por que qualquer uma dessas dores é intensa. Queima.

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