Cutuca de leve, cutuca, cutuca, incomoda. Atinge, atinge, atinge. Senta-se, levanta, corre e anda. Anda, anda e anda, mas não sai do lugar. Corre, senta, soca, come, dorme, finge, sente, canta. Canta e dança, dança e balança. Balança a colmeia e foge, foge da velha que vem com a vassoura brigar. Foge da tia que vem a bochecha apertar. Se esconde, se sacode, cai e se machuca, sangue quente escorre mas ninguém quer parar, não. Levanta, segue, flutua e para; para na rua. Flutua feito astronauta. Nota que na rota não há mato que lhe seja capaz de impedir. Olha pra mãe, olha pro pai, pra tia, pra velha, pra colmeia e pro sangue. Sangue gigante, sangue de gangue. Sai na rua, corre ao vento, finge voar numa cadeia de cimento... Essa pobre moça de convento... Limpa na saia o lamaçal da sua favela, e com o latido do cadela se direciona à portela!
Corre daí, que não tem nada pra você!
Cidade grande, fecha os olhos, corre e afoga os medos, finge nunca ter segredos para poder sobreviver. Segue, cutuca. Cutuca de leve, incomoda. Pega a pedra, e com a pedra fere. Fere a fera, cadela delatora. Corre, foge, como nunca houvera antes. Segue plena, não serena pois a alma que a habita teme o calor de sua pena. Olha lá! Mais um daqueles gigantes de ferro. Corre e foge, nunca deixa de fugir. Corre nua, corre sua, como se na estrada da lua, pintasse a poesia de viver. Viver só, pra nunca mais voltar. Viver pra si, viver pra vida que lhe habita, viver pro mundo. Segue sem medo, segue sem dor. Olha o mar! Olha o mar! Corre e foge... Teu corpo tão discreto, derrama, nas areias de concreto, as doces e leves roupas que outrora lhe cobriram. Corre nua, corre pura! Vá direto ao mar, para o calor de Iemanjá. Caso contrário, vão te alcançar. Corre, nada, afunda e some. Some no sereno, foge mar adentro. Seja ar, seja água, seja vento. Morre de afogamento...
Pobre menina de convento.
Corre daí, que não tem nada pra você!
Cidade grande, fecha os olhos, corre e afoga os medos, finge nunca ter segredos para poder sobreviver. Segue, cutuca. Cutuca de leve, incomoda. Pega a pedra, e com a pedra fere. Fere a fera, cadela delatora. Corre, foge, como nunca houvera antes. Segue plena, não serena pois a alma que a habita teme o calor de sua pena. Olha lá! Mais um daqueles gigantes de ferro. Corre e foge, nunca deixa de fugir. Corre nua, corre sua, como se na estrada da lua, pintasse a poesia de viver. Viver só, pra nunca mais voltar. Viver pra si, viver pra vida que lhe habita, viver pro mundo. Segue sem medo, segue sem dor. Olha o mar! Olha o mar! Corre e foge... Teu corpo tão discreto, derrama, nas areias de concreto, as doces e leves roupas que outrora lhe cobriram. Corre nua, corre pura! Vá direto ao mar, para o calor de Iemanjá. Caso contrário, vão te alcançar. Corre, nada, afunda e some. Some no sereno, foge mar adentro. Seja ar, seja água, seja vento. Morre de afogamento...
Pobre menina de convento.
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