Não há terra para estar, nem algo garantido para se alimentar. Não há sombra, não há destino. Não há futuro. Não existem problemas econômicos, não existem fiscais. Ninguém é dono de ninguém. Ninguém é dono de nada. O sol queima, o suor escorre. A caminhada fica intensa, a dor urge no corpo enfornado, este que se arrasta sutilmente pelas areias do planeta que habita. Habita sem ter um lar. Olha as estrelas, se guia pela noite. Os animais, as aves, são todos iguais. O processo, a criação, é toda a mesma. O misticismo, o exoterismo, a magia e a energia da criação do todo, sendo esse como um nada, se confundem e se perdem dentro da distorção causada pela arrogância exacerbada proveniente da vontade de poder. Poder ser, poder estar, poder ter, poder dominar. O sol que o queima, é o mesmo que o meu. O solo que o toca, é o mesmo que o meu. As estrelas que o guiam, são as mesmas que as minhas. O corpo que lhe sofre, é semelhante ao meu. O céu que o encobre, que o acompanha, que dispõe-lhe a chuva fresca e desloca os ventos da vida, amigo, é o mesmo que o meu. A verdade implícita é que a sua bandeira, se há uma, ostenta ideologia. A minha ostenta vergonha, amargura e a distração de um povo, que não simbolizando uma nação, se joga do precipício. O nosso céu é mais amargo.
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