Olá, este sou Eu. Eu, no caso, sou Nada na terra que habito, também conhecida por terra de Ninguém. Terra de Ninguém, por que Ninguém, e apenas Ninguém, é o dono dela. Nesse lugar, ser Nada é simplesmente comum, pois se existe Alguém por quem Ninguém se sacrifique, Nada sofrerá uma submissão, e portanto, enquanto Ninguém sofre por Alguém, Nada sofre por todos. Todos sofrem pela terra. Alguém pode ser o salvador do desfecho da história, porém existe Algo mais forte, que lhe impede de proceder com Aquilo. Desvalorizado, angustiado e completamente desolado, Alguém procura a solidão como saída para solucionar os problemas residentes em Algo, pois a vontade de proceder com Aquilo, em suma, se resume no amor que Alguém sente por Ninguém. Ninguém entende Alguém, enquanto Nada, no caso Eu, coloca-se a esperar uma resposta de Algo, perante um resultado D'Aquilo. Eu aro a terra. Eu planto as sementes. Eu preparo pra guerra. Eu enforco serpentes. Ninguém colhe meus frutos, Ninguém mata os dragões. Porém Ninguém sofre os furtos e sente as piores emoções. Enquanto isso, Alguém se farta de riquezas, se infla de certezas e enaltece sua beleza. Sabes que é amado. Alguém, com certeza, é amado. Mas é só. Completamente só. Por que o amor que Ninguém sente por Alguém, não é o suficiente para que Algo se pronuncie, ou para que Aquilo aconteça. Algo é escuro, algo é o fim e Aquilo é sua navalha, seu punhal, sua saída, seu atalho. Todos morrem pela terra. A terra porre por todos. Ninguém procura Alguém, mas este já se foi. Alguém deixa pra trás as esperanças, junto com a vontade de Algo acontecer. Aquilo é rápido, não deixa rastros. Alguém se vai para sempre, enquanto Ninguém morre por isso. Nada consegue ser forte e resistir a tal tristeza. Nada é resistente. Nada sabe que Algo é o fim... Ninguém sabia que Aquilo era a melhor saída para o seu sofrimento. Ninguém sabia de tudo, se não não seria o rei de sua terra. Rei da terra de Ninguém, onde todos morrem pela terra, onde Eu, sou Nada.
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